segunda-feira, 30 de julho de 2012

1º Sekai Wakamono Uchinanchu Taikai


1º Sekai Wakamono Uchinanchu Taikai

Entre os dias 25 e 29 de julho aconteceu no Brasil o 1º Sekai Wakamono Uchinanchu Taikai (Encontro Mundial de Jovens Uchinanchus). Durante cinco dias, jovens uchinanchus de diversas partes do mundo puderam trocar experiências acerca de diferenças e semelhanças em relação a suas identidades como uchinanchu.
Participaram 80 pessoas do Brasil, 19 de Okinawa, 13 da Bolívia, 23 do Peru, 10 da Argentina e 3 dos Estados Unidos. Em alguns dias, ainda estiveram presentes 6 okinawanos que vieram participar do Home Stay Program promovido pelo Governo de Okinawa e mais alguns professores okinawanos, com subsídio da JICA.

Primeiro contato com São Paulo
Um dia antes do início das atividades oficiais do evento, foi realizado um City Tour pelo centro de São Paulo, com cerca de 50 estrangeiros. Andamos pela Praça da Sé, passamos pelo Teatro Municipal, subimos no Edifício Martinelli, entramos no Mosteiro de São Bento, fomos ao Pátio do Colégio, comemos no Mercadão e visitamos o Museu da Imigração Japonesa (Bunkyo).

Conhecendo melhor os Shichoson
O Wakamono Uchinanchu Taikai foi uma grande oportunidade de fortalecer os laços de shichoson. Aproveitando a presença dos visitantes, as associações de shichoson se organizaram e fizeram jantares de recepção a seus shimanchus. Participaram: Chatan, Ginoza, Haebaru, Kin, Kitanakagusuku, Motobu, Nago, Naha, Nakagusuku, Nishihara, Okinawa-shi, Urasoe, Uruma, Yomitan.
Durante o evento, participamos de uma “atividade de shichoson”, que consistia em desenhar num cartaz o que existe de relevante nas cidades de Okinawa das quais descendemos. Foi muito interessante, pois os que já conhecem as peculiaridades de seu shichoson puderam ensinar um pouco àqueles que não conhecem muito bem, despertando o interesse pelo tema. Foram retratadas características naturais, turísticas, culinárias, históricas etc. Houve a votação do melhor desenho, que foi o de Naha.

Campeonato de Vôlei
Primeira atividade do evento, foi realizada na quadra localizada no andar superior da AOKB. Algumas equipes estavam melhor preparadas, outras menos, mas o resultado final foi a integração dos participantes. A equipe vencedora foi a Bolívia!

A imigração uchinanchu
Através de duas atividades pudemos conhecer um pouco mais sobre a história dos imigrantes que saíram de Okinawa e construíram suas vidas em outros países. No Festival de Curtas Metragens, vimos 7 filmes feitos pelos próprios participantes, que trataram de diferentes maneiras o tema da imigração – focando temas como história, identidade, cultura. Também assistimos ao consagrado documentário “Hia Sa Sa - Hai Yah” (1983) de Olga Futemma, diretora da Cinemateca Brasileira, e ouvimos um pouco sobre sua história.
Na atividade “World Thinking”, cada país fez uma apresentação sobre a imigração em seu país, falando sobre o passado, o presente e o futuro. Pudemos perceber diferenças e semelhanças no modo como se deu a imigração em cada país, como também quais atividades relacionadas à cultura uchinanchu são desenvolvidas entre os jovens, e o que se espera do futuro.

A língua de Okinawa: Uchinaguchi
Como forma de cultivar a língua (e não dialeto) de Okinawa, foi realizado o karaokê em uchinaguchi. Cada país teve que apresentar músicas de seu país utilizando trechos em uchinaguchi, ou músicas em uchinaguchi com trechos em outro idioma. O resultado foi um show com muita criatividade e animação. Os brasileiros participaram com as músicas: “Ai se eu te pego” (Ya kachimine), “Festa no apê” (Yaawu ti suuji), “Eu quero tchu, eu quero tcha” (Eu quero iya, eu quero sa, eu quero ya sasa, ya sasa, yasasa yasasa), “Imagine” (Kangeetii), e “Haisai Ojisan” (E aí, tiozinho).

Uchinanchus no Brasil
Os estrangeiros, divididos em grupos, também visitaram algumas empresas, procurando conhecer um pouco da trajetória de empresários uchinanchus bem-sucedidos. Passaram pelas confecções do Brás, pela Vila Carrão e pelo Grupo Okinalar de Ferragens.
Para conhecer o lado mais familiar dos uchinanchus no Brasil, os participantes de Okinawa realizaram um “home stay de um dia”, estreitando laços com famílias brasileiras.

Conferência Internacional
A Conferência Internacional foi realizada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo no dia 28. Foram discutidos três temas principais: network uchinanchu, uchinaguchi e continuidade da cultura de Okinawa.

Jantares
Além das atividades para os participantes do Wakamono, também foram realizados dois jantares para demais convidados: Jantar de Abertura e Jantar de Encerramento. No primeiro, foi realizado um concurso de artes tradicionais de Okinawa, que teve como vencedora a apresentação da Argentina. No Encerramento, cada equipe apresentou uma dança típica de seu país.

Kyodo Matsuri
No último dia do Wakamono Taikai, os participantes foram ao Eisá Matsuri e Kyodo Matsuri, um dos maiores eventos da comunidade uchinanchu no Brasil. O pessoal de Okinawa apresentou a dança do grupo Ryukyu Stomp e os peruanos também fizeram uma apresentação musical. No Miss Ryuso, participaram 3 estrangeiras: Aya Toyosato (Okinawa), Mana Asato (Bolívia) e Yuri Yasuoka (Peru).

A partir de agora
Durante o evento inteiro, foi notável a preocupação dos jovens em dar continuidade à cultura de Okinawa. Tanto nas discussões como nas conversas informais, o tema da valorização da identidade uchinanchu apareceu bastante. Para dar continuidade às nossas discussões e aos laços de amizade, ano que vem será realizado o 2º Sekai Wakamono Uchinanchu Taikai nos Estados Unidos.
Pensando nesse processo que teve início ano passado, o Professor Daiya Miyazato, de Okinawa, disse: “no 5º Uchinanchu Taikai vocês mudaram a história de Okinawa… Agora, vocês mudaram a história dos uchinanchus do mundo inteiro!” 

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