1º Sekai Wakamono Uchinanchu Taikai
Entre
os dias 25 e 29 de julho aconteceu no Brasil o 1º Sekai Wakamono Uchinanchu
Taikai (Encontro Mundial de Jovens Uchinanchus). Durante cinco dias, jovens
uchinanchus de diversas partes do mundo puderam trocar experiências acerca de
diferenças e semelhanças em relação a suas identidades como uchinanchu.
Participaram 80 pessoas do Brasil, 19 de Okinawa, 13 da Bolívia, 23 do Peru, 10 da
Argentina e 3 dos Estados Unidos.
Em alguns dias, ainda estiveram presentes
6 okinawanos que vieram participar do Home Stay Program promovido pelo
Governo de Okinawa e mais alguns professores okinawanos, com subsídio da JICA.
Primeiro contato
com São Paulo
Um
dia antes do início das atividades oficiais do evento, foi realizado um City Tour pelo centro de São Paulo, com cerca de 50
estrangeiros. Andamos pela Praça da Sé, passamos pelo Teatro Municipal, subimos
no Edifício Martinelli, entramos no Mosteiro de São Bento, fomos ao Pátio do
Colégio, comemos no Mercadão e visitamos o Museu da Imigração Japonesa
(Bunkyo).
Conhecendo melhor os Shichoson
O
Wakamono Uchinanchu Taikai foi uma grande oportunidade de fortalecer os laços
de shichoson. Aproveitando a presença dos
visitantes, as associações de shichoson se organizaram e fizeram
jantares de recepção a seus shimanchus. Participaram: Chatan, Ginoza, Haebaru, Kin, Kitanakagusuku, Motobu, Nago, Naha,
Nakagusuku, Nishihara, Okinawa-shi, Urasoe,
Uruma, Yomitan.
Durante
o evento, participamos de uma “atividade de shichoson”, que consistia em desenhar
num cartaz o que existe de relevante nas cidades de Okinawa das quais
descendemos. Foi muito interessante, pois os que já conhecem as peculiaridades
de seu shichoson puderam ensinar um pouco àqueles que não conhecem muito bem,
despertando o interesse pelo tema. Foram retratadas características naturais,
turísticas, culinárias, históricas etc. Houve a votação do melhor desenho, que
foi o de Naha.
Campeonato de
Vôlei
Primeira atividade do evento, foi realizada na quadra
localizada no andar superior da AOKB. Algumas equipes estavam melhor
preparadas, outras menos, mas o resultado final foi a integração dos
participantes. A equipe vencedora foi a Bolívia!
A imigração uchinanchu
Através
de duas atividades pudemos conhecer um pouco mais sobre a história dos imigrantes
que saíram de Okinawa e construíram suas vidas em outros países. No Festival de
Curtas Metragens, vimos 7 filmes feitos pelos próprios participantes, que
trataram de diferentes maneiras o tema da imigração – focando temas como
história, identidade, cultura. Também assistimos ao consagrado documentário “Hia
Sa Sa - Hai Yah” (1983) de Olga Futemma, diretora da Cinemateca Brasileira, e
ouvimos um pouco sobre sua história.
Na
atividade “World Thinking”, cada país fez uma apresentação sobre a imigração em
seu país, falando sobre o passado, o presente e o futuro. Pudemos perceber
diferenças e semelhanças no modo como se deu a imigração em cada país, como
também quais atividades relacionadas à cultura uchinanchu são desenvolvidas
entre os jovens, e o que se espera do futuro.
A língua de Okinawa: Uchinaguchi
Como
forma de cultivar a língua (e não
dialeto) de Okinawa, foi realizado o karaokê em uchinaguchi. Cada país teve que
apresentar músicas de seu país utilizando trechos em uchinaguchi, ou músicas em
uchinaguchi com trechos em outro idioma. O resultado foi um show com muita
criatividade e animação. Os brasileiros participaram com as músicas: “Ai se eu
te pego” (Ya kachimine), “Festa no apê” (Yaawu ti suuji), “Eu quero tchu, eu
quero tcha” (Eu quero iya, eu quero sa, eu quero ya sasa, ya sasa, yasasa
yasasa), “Imagine” (Kangeetii), e “Haisai Ojisan” (E aí, tiozinho).
Uchinanchus no Brasil
Os
estrangeiros, divididos em grupos, também visitaram algumas empresas,
procurando conhecer um pouco da trajetória de empresários uchinanchus
bem-sucedidos. Passaram pelas confecções do Brás, pela Vila Carrão e pelo Grupo
Okinalar de Ferragens.
Para
conhecer o lado mais familiar dos uchinanchus no Brasil, os participantes de
Okinawa realizaram um “home stay de um dia”, estreitando laços com famílias
brasileiras.
Conferência Internacional
A
Conferência Internacional foi realizada na Assembleia Legislativa do Estado de
São Paulo no dia 28. Foram discutidos três temas principais: network
uchinanchu, uchinaguchi e continuidade da cultura de Okinawa.
Jantares
Além
das atividades para os participantes do Wakamono, também foram realizados dois
jantares para demais convidados: Jantar de Abertura e Jantar de Encerramento.
No primeiro, foi realizado um concurso de artes tradicionais de Okinawa, que
teve como vencedora a apresentação da Argentina. No Encerramento, cada equipe
apresentou uma dança típica de seu país.
Kyodo Matsuri
No
último dia do Wakamono Taikai, os participantes foram ao Eisá Matsuri e Kyodo
Matsuri, um dos maiores eventos da comunidade uchinanchu no Brasil. O pessoal
de Okinawa apresentou a dança do grupo Ryukyu Stomp e os peruanos também
fizeram uma apresentação musical. No Miss Ryuso, participaram 3 estrangeiras:
Aya Toyosato (Okinawa), Mana Asato (Bolívia) e Yuri Yasuoka (Peru).
A partir de agora
Durante
o evento inteiro, foi notável a preocupação dos jovens em dar continuidade à
cultura de Okinawa. Tanto nas discussões como nas conversas informais, o tema
da valorização da identidade uchinanchu apareceu bastante. Para dar
continuidade às nossas discussões e aos laços de amizade, ano que vem será
realizado o 2º Sekai Wakamono Uchinanchu Taikai nos Estados Unidos.
Pensando
nesse processo que teve início ano passado, o Professor Daiya Miyazato, de
Okinawa, disse: “no 5º Uchinanchu Taikai vocês mudaram a história de Okinawa…
Agora, vocês mudaram a história dos uchinanchus do mundo inteiro!”
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